Chega um momento nas nossas vidas em que temos um estalo!
Aquele momento orelhão, sabe como é?
- Hoje caiu a ficha! (será que essa expressão ainda é usada?)
Nem sempre o estalo acontece na hora certa, se é que a hora certa existe - afinal de contas, cada um de nós funciona de uma forma, seja para encarar um fato, seja para digerí-lo.
O estalo se concretiza quando entendemos, ou ao menos percebemos, algo que, até então nos parecia obscuro, escanteado, deixado de lado. Acontece quando temos uma nova idéia; quando conseguimos descobrir, finalmente, como resolver aquele problema que nos consome; quando achamos um jeito de dizer o que sentimos, pois antes todas as palavras do mundo aparentavam insuficientes; quando estamos jogados no sofá em um dia tedioso e sem graça, e de repente nos damos conta de que existem sim milhões de possibilidades e se cremos em um Deus que realiza o que para nós é impossível, o universo pode sim ter onze dimensões!
O estalo é como um jato de água na sua cara te tirando de um transe ou te levando a um. Ou talvez ele se manifeste como uma brisa suave soprando seus olhos e clareando sua visão, te levando a enxergar certas coisas que pareciam invisíveis antes dele.
À medida que o tempo passa os estalos ficam mais sérios, mais sóbrios. Nesses casos, acho que a maturidade é a razão por trás deles. O tempo tende a mudar nossas prioridades: algumas coisas perdem o valor, outras se mostram mais valiosas do que nunca. Ele traz respostas para todas as perguntas que pairam no ar e, é no correr dele que os estalos se manifestam. "Time is money" alguém vai dizer pra você, mas time é também remédio para cicatrizar feridas, para levar embora o sofrimento; é como um bálsamo para aplacar a dor que a ausência de um ente querido nos causa. O tempo é uma dádiva e precisamos aprender a administrá-lo com sabedoria, sem desperdícios, pois todos sabemos, ele não volta.
Semana passada eu estava estudando quando o twitter de Geo fez um barulhinho (que feio pra mim descrever dessa forma, mas vamos lá). Alguém tuitou uma frase de Aristóteles que dizia: "O último degrau da sabedoria é a simplicidade". As palavras se encaixaram perfeitamente com os meus pensamentos mais recentes, e na hora desse estalo, mais uma vez eu ponderei na minha balança invisível, aquilo que hoje realmente importa para mim: Uma vida simples. Talvez amanhã ou daqui um mês eu pense diferente, mas por hora, faço minhas as palavras de um dos provérbios dos sábios de Israel:
"Eu te peço, ó Deus, que me dês duas coisas antes de eu morrer: afasta de mim a falsidade e a mentira e não me deixes ficar nem rico nem pobre. Dá-me somente o alimento que preciso para viver. Porque, se eu tiver mais do que o necessário, poderei dizer que não preciso de ti. E, se eu ficar pobre, poderei roubar e assim envergonharei o teu nome, ó meu Deus." (Prov 30: 7-9)
Parece exagero para você?
Reflita a respeito.
Quem sabe seja a sua vez de ter um estalo.
Parece exagero para você?
Reflita a respeito.
Quem sabe seja a sua vez de ter um estalo.