domingo, 23 de janeiro de 2011

A vida, em tudo, é um eterno aprendizado para todos nós


Pensado em filhos, ou melhor, pensando em filhO (no singular) e me deparo, novamente, com todas as incertezas, medos e inseguranças próprios do ser humano.
É uma pena que não seja possível voltar no tempo e mudar algumas escolhas.
Explico-me. As vezes me ocorre o pensamento de que teria sido melhor se eu tivesse engravidado no começo do casamento, fosse por acidente ou por empolgação. Acontecendo assim, o bebê já estaria ali, crescendo lentamente em mim, trazendo minha atenção quase que exclusivamente para ele, me deixando vulnerável e abobada com sua existência e com as mudanças no corpo e no humor; de forma que talvez, eu esquecesse de me fazer todos os questionamentos típicos de quem planeja muito e age pouco. Sabe como é? "Segunda-Feira eu começo a dieta!", "Ano que vem eu engravido!"

Outro dos meus pensamentos filosóficos, já me levou a controversa conclusão de que tem sorte a mãe de primeira viagem, que por descuido engravidou do namorado, quando nenhum dos dois estava preparado para isso.
Eu sei, absolutamente, que esse pensamento não faz muito sentido (ou será que faz?) mas ele responde rapidamente às minhas indagações ATUAIS sobre o momento oportuno de ter um filho. Não quero me ater as razões de ordem moral, ou social. São conhecidos os prejuízos de uma gravidez indesejada, principalmente quando ela acontece com casais muito jovens. Além de imaturos e despreparados para a vida, têm sonhos para realizar, estudos para concluir e uma independência finaceira para conquistar.  Um filho seria o último item na ordem de suas prioridades, mas agora o filho está ali, não tem pra onde correr. No melhor dos casos o casalzinho se esforça, se une e dá conta do recado. Aprende com a vida e procura acertar nas próximas escolhas. Em outros casos (o que na realidade corresponde a maioria) cada qual toma seu rumo, o pai some, a mãe também. Vovó assume e cria o bebê como se fosse irmão da mamãe e a família que deveria estar começando não vira família.

Que confusão, eu sei! Mas, me entenda, ainda assim, o bebê já nasceu, a mamãe já é mamãe e todos os questionamentos que me ocorrem hoje, passaram só de raspão na cabeça da mamãe de primeira viagem (que, não tenho dúvidas, também sofreu e enfrentou seus medos, mas conseguiu se livrar da fase do planejamento e se poupou dessa agonia que me consome de mansinho) deixando para a vovó a tarefa que considero a mais difícil do mundo: educar.

Não me julgue por enquadrar a fase de Planejamento. Eu a tenho no mais alto conceito.
É bom para todo o mundo.
Quando planejamos corremos menos riscos.
Quando planejamos sabemos das estatísticas de dar certo ou errado.
Mas no meu caso, planejar se tornou sinônimo de adiar, e a dúvida continua pairando no ar.

Quando me olho no espelho eu me pergunto: - Espelho, espelho meu, tenho eu a capacidade de educar uma outra pessoa? Consigo instruí-la naquilo que considero correto? Será que consigo fazê-la entender?

Quando tenho atitudes infantis e medos infundados me pergunto: tenho eu estrutura emocional para cuidar de um ser indefeso e incapaz(conforme o código civil) ?

Quando assisto aos jornais e vejo o caos que se instalou no mundo cão que nós vivemos lá vem ela: - Vale à pena?

Os questionamentos não páram!
São muitos, são infindáveis ...
E confesso que, se eu continuar planejando e não agir logo eu vou desistir DE NOVO!

Para essas horas, em que a dúvida me leva à tristeza, eis que fito uma carta na manga, um porta retrato da moranguinho em cima da mesa.
E quando eu olho pra ele meus olhos enchem de lágrimas.
Minha sobrinha ... de dois anos e meio - A Natália dos meus olhos.
Acompanho à distância seu crescimento. Acompanho à distância a alegria com a qual ela consegue inundar um ambiente inteiro só por estar ali.
Acompanho os desafios que os pais dela enfrentam ao educar, desafios que  fasem  minha irmã se questionar de suas próprias capacidades.

Sendo assim, percebo que não adianta.
Quando meus anseios de hoje forem respondidos, e meus questionamentos deixarem de existir, isso vai significar que estarei em uma outra fase.
Daí serei eu, com novas indagações, novos medos, novos anseios.

Parando pra pensar um pouco eis ali a luz no fim do túnel. Por que eu acho que serei eu que vou ensinar tudo?  Com certeza eu hei de aprender muito mais, afinal, a vida, em tudo, é um eterno aprendizado - PARA TODOS NÓS.


Dedico esse post ao meu marido e companheiro de aventuras e de dúvidas. Definitivamente, melhor é serem dois do que um. Meu obrigada a FRANCYS LARA, do blog: http://eufacominhasescolhas.blogspot.com/, pelas palavras encorajadoras deixadas no meu último post; e a minha sobrinha Natxi-girl, por encher meus olhos com os seus.

5 comentários:

Clara Viegas Miranda disse...

Querida amiga, toma ácido fólico, faz os exames para quem quer gravidar e libera geral. Quando for a hora de Deus vai acontecer. É impossível vcs não terem medos, mas também é impossível vocês não se entregarem a paixão de ter um bebe a caminho!! Vai lá!! Dicas de uma grávida! bjs

Graziela disse...

Oi querida, adoro ler seus textos, vc tem o dom da escrita, sabe aquelas pessoas que escrevem e descrevem uma receita e te deixam de água na boca, é assim que me sinto quando leio os seus pensamentos... me identifico.
Não esquece que quando vc for engravidar eu também vou amiga!!
E os teus medos e anseios são os mesmos de 99% das mulheres ajuizadas..rs

Leka disse...

Todos os questionamentos, todas as incertezas, todas as quase certezas fazem parte da vida de futuros papais..no meu caso eu já tinha decidido que não queria e pronto, não darei conta mesmo, não vale a pena colocar mais uma vida nesse mundo louco mesmo e ponto final...eis que meu amoreco me pega de jeito e já era... o Senhor me mostrou que na hora Dele tudo acontece e Ele vai capacitando desde o primeiro momento de gestação.
Então amiga, passa a bola pro Senhor e chame Geo pra fazerem a parte de vcs.. hihihih
beijokas
saudades mil

Eu, Dona de casa disse...

Obrigada meninas,

Por todo apoio moral.

Vcs são muito docinhas.
Deus providenciará.

Anônimo disse...

Puxa, desculpe-me a demora em vir aqui, ando tão absorta em minhas intempéries egoistas que nestes últimos tempos me fechei tal uma concha e só tenho postado e não visitado nenhum dos blogs que adoro ler...mas amei o que escreveu...pude ver em vc muitas das minhas dúvidas e desejos...
Eu tbém tenho um sobrinho de cerca de 2 anos e as vezes me pego pensando em como podemos sentir um amor tão forte por um ser tão pequenino, que sequer saiu do nosso ventre e já ocupa um lugar tão precioso em nosso coração???? É meu primeiro sobrinho de verdade, pois pela parte de meu marido tenho sobrinho por afinidade, mas acredite, não é a mesma coisa, apesar de também amá-los, mas parece que o filho de meu irmão é um pouco meu, pois ali há resquicios da genética que tbém sou parte e que me faz reconhecer nele um pouco de todos lá de casa... sempre gostei de crianças, principlamente nestes primeiros anos de vida, porque onvenhamos que toda criança em uma fase que se tornam muito chata rsrsrs, já trabalhei em escola e digo com reconhecimento de causa, lá pelos ste anos até a adolescencia, ficam enjoadinhas...mas todos passamos por isso não é? E o milagre da vida supri essa fase, pois acredito ue só saberemos o que é o amor desinteressado verdadeiramente qdo formos mãe... pois por mais que tenhamos encontrado o amor do nosso homem, não deve ser comparado a gerar uma vida, esse vinculo é divino...
Sou casada a pouco mais de dois anos e me pego pensando muitas vezes em ter um filho... entretanto tbém estou na fase de planejamento, pois estamos construimos nossa casa, mexendo com obras e vc pode imagiunar o que isso é referente a gastos... mas já tenho 30 anos e para mulher vc sabe, mesmo com avanço da medicina, qto mais idade mais risco...
Vc se desnudou ao escrever e mostra que apesar da insegurança e dos temores, reside em si uma mulher corajosa, destemida, aposto que seja qual for sua decisão será acertada, mas acredito que casoo opte por ser mãe, não tenha medo, colocar uma criança no mundo só será um erro se ela não for criada com amor, repeito e limite. Agradeço a honra de ter tido a postagem dedica a minha pessoa, não sei se merecia tal homenagem, mas acredite, vir aqui e saber que contribuí de alguma forma para vc se estimular a voltar a escrever, alegrou meu dia e princpalmente hoje que ando tão desiludida comigo mesma e com todas as minhas tentativas inertes de alcançar minhas metas... Realmente as coisas acontecem na hora certa e anjos são pessoas especiais em momentos decisivos!!!! Obrigada por suas palavras!!!!Bjocas