sábado, 12 de março de 2011

Quando a vida me sorri


Hoje a vida me sorriu.
Acordou-me vagarosamente e soprou meus olhos com uma brisa levemente quente. 
Alisou-me os cabelos como se, com dedos maternos e piscou-me com olhos de encorajamento. Olhou em meu redor e agradeceu. Fez uma oração santa e proferiu palavras sagradas, motivando-me a não desistir. Espreguiçou-me, alongou-me. Deu graças por meus membros perfeitos e por conseguir colocar-me de pé.
A cada passo dado fez-me enxergar que o caminho da felicidade estava sendo trilhado exatamente naquele instante e que, tudo era possível, desde que eu tivesse fé.
Desfrutando da magia proporcionada por cada um dos nossos sentidos, mais uma vez a vida me sorriu e agradeceu.  Sussurava tão baixo que me parecia imcompreensível mas, ao mesmo tempo, era como se lesse meus pensamentos e os colocasse em liberdade, fazendo-os flutuar até um determinado lugar ao qual sempre pertenceram e, ali sim, encontrassem sentido.
Aceitando minhas atitudes desmedidas e muitas vezes incabíveis, corrigiu-me. Mesmo sem que eu merecesse, amou-me à cada minuto e cuidou para que eu não me esquecesse.
Encarando-me no espelho mais uma vez me sorriu. E não houve estranheza ao reconhecer-se em mim, nos olhos grandes, na pele marcada. Estava familiarizada com todos os traços e com os mínimos detalhes do meu rosto cansado e desbotado.
Sentiu o passar dos anos e, em um segundo, conseguiu vislumbrar tudo o que acontecera  ao  longo dos anos, até que chegássemos até ali.
Silenciosamente, alegramo-nos agradecidas - eu e a vida em mim. E, como que, numa oração muda, ambas encontramos paz.

Um comentário:

Anônimo disse...

Há dias que ao contário daqueles em que a tempestade nos assola, a serenidade nos apossa, e é muito nos ver refletidas: com a serenidade e a sabedoria, que só os anos trazem e somente as experiencias concebem!
Bjocas