Será que existe alguém no mundo que já tenha realizado todos os seus sonhos ou mesmo todos os seus tolos desejos?
Será que há uma única criatura, em alguma parte desse planeta tão enorme, que se considere plenamente realizada?
Estive pensando sobre isso semana passada, quando recebi um email, de minha irmã, comunicando a morte de um rapaz de 33 anos, muito amigo do marido dela. Apesar de conhecê-lo apenas de vista, a causa e a forma como ele perdeu a vida, me deixaram muito triste, por ele e pela família dele.
Ocorre que, na manhã de um dia qualquer, sua esposa manifesta insatisfação com o casamento e comenta que quer se separar. Ele ouve aquilo e a saga do último dia de sua vida começa. Não faço a menor idéia do que aconteceu no intervalo de tempo que vai desse fato até o fim da história, conheço apenas o desfecho.
A noite cai, o coração dele deve pulsar forte, tão forte quanto o nosso próprio quando estamos anciosos, quando estamos temerosos, quando estamos planejando fazer algo que nos assusta, que nos desafia. Ele inventa uma situação, se arruma, sai de casa, fala com algum amigo no telefone e diz que está indo para um casamento quando, na verdade, está dirigindo rumo a sua casa na praia, armado e com a cabeça cheia de pensamentos que nós, se pararmos para imaginar por um instante, acreditamos fossem dolorosos e angustiantes.
No outro dia, seu corpo é encontrado dentro do carro. Ele está sentado, no banco do motorista. Sua cabeça está caída para frente, ele está imóvel. Os policiais encontram bebida, um terço, uma arma e constatam: Suicídio.
- Suicídio? Suicídio?
- Meu Deus! Mas por que?
Eu gritei mentalmente.
Eu não consegui entender quando li. Não concebia a idéia de que um rapaz tão novo, cheio de amigos, popular, de posses, pudesse ter arrancado de si, a chance de fazer valer a pena começar tudo de novo. Resgatar o que foi perdido no relacionamento com a esposa, perdoar, pedir perdão, chorar, até implorar que ela reconsiderasse, mendigar o seu amor, fazer promessas vazias, jurar que nunca mais, não sei... ! Talvez ele até já tivesse tentado fazer alguma dessas coisas, ou mesmo todas elas no decorrer daquele dia, daquele fatídico último dia.
A Imprensa local noticiou. Todos ficaram sabendo.
Meu cunhado e minha irmã haviam estado com ele há poucos dias. Eles ficaram arrasados.
Maldita a hora que ele comprou aquela arma. Maldita a possibilidade de alguém ter uma arma.
Eu não sou ninguém para julgá-lo fraco ou forte. Eu apenas lamento sua ausência ... sua ausência entre seus amigos, em meio a sua família, no trabalho, no mundo. Eu lamento que ele não tenha encontrado alívio de outra forma e que não tenha conseguido enxergar que "amanhã é outro dia" e, talvez, tudo fosse diferente - ela o procurasse, dissesse que não era nada daquilo, que o amava e precisava dele. Seria irônico, como eu gostaria ...
Eu não sou plenamente realizada. Duvido muito que exista alguém assim. Temos nossos momentos de realização, temos fases cumpridas, etapas conquistadas, sonhos realizados mas ... o "mas"nos ronda.
Aquele bendito maszinho de fim de frase sabe como é?
- Eu acertei o palpite mas ...
- Eu já tenho a cama e o sofá mas ...
- Eu fui em todos os cantos do Brasil mas ...
Desanimada me recordo uma canção, ela ecoa em minha mente melancolicamente "este é o nosso mundo: o que é demais nunca é o bastante e a primeira vez é sempre a última chance ..."
Será que há uma única criatura, em alguma parte desse planeta tão enorme, que se considere plenamente realizada?
Estive pensando sobre isso semana passada, quando recebi um email, de minha irmã, comunicando a morte de um rapaz de 33 anos, muito amigo do marido dela. Apesar de conhecê-lo apenas de vista, a causa e a forma como ele perdeu a vida, me deixaram muito triste, por ele e pela família dele.
Ocorre que, na manhã de um dia qualquer, sua esposa manifesta insatisfação com o casamento e comenta que quer se separar. Ele ouve aquilo e a saga do último dia de sua vida começa. Não faço a menor idéia do que aconteceu no intervalo de tempo que vai desse fato até o fim da história, conheço apenas o desfecho.
A noite cai, o coração dele deve pulsar forte, tão forte quanto o nosso próprio quando estamos anciosos, quando estamos temerosos, quando estamos planejando fazer algo que nos assusta, que nos desafia. Ele inventa uma situação, se arruma, sai de casa, fala com algum amigo no telefone e diz que está indo para um casamento quando, na verdade, está dirigindo rumo a sua casa na praia, armado e com a cabeça cheia de pensamentos que nós, se pararmos para imaginar por um instante, acreditamos fossem dolorosos e angustiantes.
No outro dia, seu corpo é encontrado dentro do carro. Ele está sentado, no banco do motorista. Sua cabeça está caída para frente, ele está imóvel. Os policiais encontram bebida, um terço, uma arma e constatam: Suicídio.
- Suicídio? Suicídio?
- Meu Deus! Mas por que?
Eu gritei mentalmente.
Eu não consegui entender quando li. Não concebia a idéia de que um rapaz tão novo, cheio de amigos, popular, de posses, pudesse ter arrancado de si, a chance de fazer valer a pena começar tudo de novo. Resgatar o que foi perdido no relacionamento com a esposa, perdoar, pedir perdão, chorar, até implorar que ela reconsiderasse, mendigar o seu amor, fazer promessas vazias, jurar que nunca mais, não sei... ! Talvez ele até já tivesse tentado fazer alguma dessas coisas, ou mesmo todas elas no decorrer daquele dia, daquele fatídico último dia.
A Imprensa local noticiou. Todos ficaram sabendo.
Meu cunhado e minha irmã haviam estado com ele há poucos dias. Eles ficaram arrasados.
Maldita a hora que ele comprou aquela arma. Maldita a possibilidade de alguém ter uma arma.
Eu não sou ninguém para julgá-lo fraco ou forte. Eu apenas lamento sua ausência ... sua ausência entre seus amigos, em meio a sua família, no trabalho, no mundo. Eu lamento que ele não tenha encontrado alívio de outra forma e que não tenha conseguido enxergar que "amanhã é outro dia" e, talvez, tudo fosse diferente - ela o procurasse, dissesse que não era nada daquilo, que o amava e precisava dele. Seria irônico, como eu gostaria ...
Eu não sou plenamente realizada. Duvido muito que exista alguém assim. Temos nossos momentos de realização, temos fases cumpridas, etapas conquistadas, sonhos realizados mas ... o "mas"nos ronda.
Aquele bendito maszinho de fim de frase sabe como é?
- Eu acertei o palpite mas ...
- Eu já tenho a cama e o sofá mas ...
- Eu fui em todos os cantos do Brasil mas ...
Desanimada me recordo uma canção, ela ecoa em minha mente melancolicamente "este é o nosso mundo: o que é demais nunca é o bastante e a primeira vez é sempre a última chance ..."
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